A emoção é muito forte. O filme trata da violência nos relacionamentos. Um tema sério. Mas o modo como o diretor João Jardim aborda a problemática é genial. Como o próprio João diz: “Tudo é encenado, menos o texto”. Interpretações incríveis de grandes atrizes e atores como: Lilia Cabral, Julia Lemmertz, Letícia Colin, Mariana Lima, Ângelo Antônio e Eduardo Moscovis.
São oito histórias que escancaram o tema da violência nos relacionamentos e na família. O filme levanta questões sobre a natureza humana, ou melhor, a violenta natureza humana, ou ainda, a natural violência humana. Depois daqueles depoimentos, ficam as sensações, a angústia e a clareza de que nós somos muito mais frutos da natureza selvagem do que pensamos ser. Dependendo da situação e do drama, vale tudo. Tudo pode ser vivido. Os vícios são muitos: mulheres, cocaína, álcool e homens. Os medos e as fobias também. Principalmente o medo de ficar só. O medo de perder o amor, mesmo que seja à base de porrada. Será que vale tudo manter um relacionamento amoroso? Será que é melhor levar porrada do que ficar só?
O filme trata o tema de modo brilhante e ilumina aspectos pouco explorados. Um deles fica evidente. As mulheres nem sempre são vítimas dos homens. Existe um ciclo vicioso que promove a manutenção dos relacionamentos com ingredientes de violência. A violência sofrida por pais e mães e presenciadas por filhos possibilita a reedição de comportamentos violentos pelos filhos. A cocaína aparece como elemento indutor de violência nos relacionamentos contemporâneos.
Impossível não se identificar com as falas do filme. Belo e importante filme brasileiro.
Para saber mais sobre o filme, visite o blog: amorofilme.com.br/blog/?tag=joao-jardim