Estamos na ressaca do melhor evento de cultura de Brasília, trata-se da décima primeira edição do Festival Internacional de Teatro Cena Contemporânea que proporcionou ao público brasiliense do dia 24 de agosto a 05 de setembro uma imersão cultural de 13 dias com uma programação que contemplou produções teatrais de Brasília, do Brasil e do mundo.
Além dos espetáculos teatrais o evento proporcionou o encontro entre realizadores das artes cênicas e da música com a extensa programação do Ponto de Encontro, espaço disponibilizado no Museu da República como o objetivo da troca de experiências e confraternização.
Esta edição confirma a importância do Cena Contemporânea no cenário da cultura em Brasília e no Brasil. O evento movimenta a cidade e instiga os interessados em Teatro a sair de casa e ocupar as diversas salas, auditórios e espaços onde acontecem as propostas, vivências, peças, performances e tudo o mais que se refere às diversas formas de expressão que as artes cênicas possibilitam. A edição deste ano mostrou um embrião de uma proposta mais aberta que teve a generosidade de perceber e receber no Museu da República e em espaços alternativos produções que independem de teatros ou salas de espetáculos para a sua realização. É o caso da excelente performance de Willian Lopes e da peça Entrepartidas do Teatro do Concreto.
A seleção Nacional contou com a participação de grupos como o Galpão que abriu, em grande estilo, o Festival com seu Till – A saga de um herói torto. De grande relevância a seleção internacional apresentada privilegiou a língua espanhola com produções de diversos países da América Latina e Espanha, mas também contou com trabalhos representantes de outros países tais como: Israel, Portugal, Suíça e Itália.
De modo geral tanto a seleção nacional como a internacional trouxeram espetáculos que discutiam o fazer teatral, peças como Neva do Chile e as duas releituras de Nelson Rodrigues são obras que atualizam a discussão sobre o teatro. Estes trabalhos favorecem a discussão dos profissionais e elevam a qualidade do evento possibilitando inclusive articulações políticas de relevância para o setor.
Para o encerramento do Festival o público teve a oportunidade de assistir a uma apresentação que veio do outro lado da Europa, mais exatamente da Sérvia veio o grande nome da música européia Sr. Goran Bregovic & The Wedding and Funeral Orchestra.
Nestes dias de comemoração tivemos a oportunidade de conversar bastante sobre temas teatrais, técnicas, referências literárias e grandes nomes do teatro, da música, da literatura e das artes plásticas. Uma cornucópia de talentos estava nos palcos, nas platéias e na grande pista de dança que uniu a todos numa grande confraternização no Museu da República. Nestes momentos a companhia constante do meu querido Diego Azambuja (ator) foi fundamental para a troca de contatos e de experiências, nos divertimos, rimos e conversamos muito sobre o que mais gostamos de ver, ouvir e fazer. Claro que tudo que vivemos nestes últimos dias saiu das cabeças desses grandes realizadores: Guilherme Reis, Dimer Monteiro e Alaor Rosa. Somos muito gratos a toda a equipe do Cena Contemporânea e que tenhamos a felicidade de participarmos de muitas outras edições do Festival, que estes completos onze anos de existência sejam apenas o início de uma longa carreira cheia de sucesso e realizações.